Consagração, conversão levada ao extremo.
























"Ama de todo coração a Deus e a Jesus Cristo seu Filho crucificado" (5 CCL)

A Cruz, só a Cruz é que atrai as vocações. É ela o motivo da entrada do jovem na vida consagrada e de sua permanência.

Esse blog vocacional é uma das formas que a Fraternidade O Caminho encontrou para tratar, através de um "bate-papo" franco, alguns temas que na maioria das vezes constituem um problema na hora do jovem abraçar a vida consagrada.

O jovem que nos procura deve estar ciente que estará vindo para uma vida de renúncias, para uma árdua e difícil missão, para uma austera pobreza, experimentada num clima de perfeita alegria.

Venha viver conosco o desafio de ser discípulo de Cristo.

Não se atrai jovens com propagandas publicitárias, atrai-se com testemunho.

A vida consagrada é chamada a atrair os homens para Deus. Será que pode haver algo mais fascinante que isso?


Pe. Gilson Sobreiro
Fundador da Fraternidade O Caminho



segunda-feira, 19 de março de 2012

A fidelidade nos conduz à felicidade e salvação!

“… as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10, 4).

Conhecem a sua voz porque estão acostumadas a partilharem de sua intimidade e por isso mesmo aprenderam a distinguir o timbre da sua voz das dos falsos pastores.

Da mesma forma que as ovelhas conhecem o pastor, Ele também conhece cada uma das suas ovelhas (Jo 10, 14) e as conhece pelo nome: “Ele chama pelo nome suas ovelhas” (Jo 10, 3). Ele mesmo foi quem nominou cada uma delas: “Receberás então um novo nome determinado pela boca do Senhor” (Is 62, 2). “Meus servos receberão um novo nome” (Is 65, 15). Só pode receber o novo nome, porém, quem recebeu antes a vocação de deixar tudo e todos.

A nossa vocação é a marca indelével (inapagável, permanente) de Deus em nós, por isso é que diante de uma tentação do tipo: “Será que vou perseverar?”; “Será que é isso mesmo?”, deveríamos afirmar para nós mesmos que é justamente pelo fato de termos vocação que conseguiremos vencer todos os obstáculos.

O que estou querendo dizer é que diante das tentações deveríamos não questionar a nossa vocação como se ela fosse o problema, mas, de nos refugiar ainda mais nela. É ela o nosso escudo contra os dardos inflamados do inimigo. É ela que nos garante a vitória.

Quem escuta unicamente a voz do Bom Pastor não terá que se lamentar pelo resto da vida por uma vocação que não foi correspondida. “Todas as maldições cairão sobre ti… porque não ouviste a voz do Senhor” (Deut 28, 45).

Porque, poderíamos nos perguntar, algumas ovelhas se desviam do caminho e seguem a voz dos estranhos? A resposta é simples; porque agiram como a ovelha da parábola contada por Jesus que quis voluntariamente perder-se (Lc 15, 3-7).

Aborreceram-se de pastarem todos os dias nos mesmos campos, ou quem sabe até da própria presença do pastor a quem não viam mais como o amigo de todas as horas, mas, como alguém que as sufocava, que as cobrava, que as impedia de serem livres.

Sua voz já não falava mais aos seus corações. Outras vozes, as dos estranhos, se tornaram mais atraentes: “Seguirei os meus amantes, que me dão meu pão e minha água, minha lã e meu linho, meu óleo e minha bebida” (Os 2, 7b). Antes de seguir seus amantes, porém, já haviam abandonado o Primeiro Amor (Ap 2,4).

Dia após dia foram se alimentando do relapso, da rotina, das improvisações e das mentiras. Já não tinham mais domínio dos sentidos e cada vez mais se deixavam arrastar por aquilo que era imediato e prazeroso. O “Céu” tornou-se uma realidade muito longe e inacessível. Passaram a viver mais dos sonhos e fantasias sentimentais do que do ideal vocacional.

Da fidelidade depende a nossa felicidade, talvez a nossa salvação.


Pe. Gilson Sobreiro

domingo, 18 de março de 2012

Não tenha medo de ser de Deus!

Peço que caminheis um pouco mais comigo à luz do Evangelho de João e deixemos ele nos falar ao coração.

Nós vimos André anunciar a boa nova do Messias a quem ele mais amava: seu irmão Simão Pedro.

Mas é interessante notar que André não aparece muitas vezes nos Evangelhos. Não é um personagem de destaque.

Quem sabe a missão mais importante de André foi essa: Levar Simão Pedro a Jesus. André é aquele que apresenta o primeiro Papa ao Fundador da Igreja.

Conheço muita gente que desejaria pregar, anunciar o Evangelho, estar nos palcos, coordenar, cantar, tocar, para salvar almas. Meus irmãos, sigamos o exemplo de André que com sua vida, seu testemunho, a partir do seu encontro pessoal com o Senhor, arrastou seu irmão sem precisar de nada. Nós precisamos muito de pessoas que apresentem Jesus para os outros, mas precisamos mais de gente que apresente os outros para Jesus.

Belo ministério o de André, pena que tão poucos querem vivê-lo. Quem sabe porque não traz fama e nem status.

E que bonito ver que André se limitou a levar Pedro a Jesus, depois deixo que Jesus fizesse o resto. V. 42 – “Levou-o a Jesus, e Jesus fixando nele o olhar disse…”

Não podemos querer fazer a parte que cabe a Deus. Nossa tarefa se limita a dar testemunho de que vale a pena ser de Deus. Deixe que Deus faz o resto.

Precisamos entusiasmar os outros. Precisamos questionar o mundo. É preciso que as pessoas se perguntem: “O que eles tem de diferente?” ; Porque são tão felizes? E quando se aproximarem de nós com esse desejo, digamos como o Senhor: Vinde e vede!

Na minha opinião, uma das mais belas cenas do Evangelho: “Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João;”

Jesus fixa nele o olhar. Olha na sua alma e proclama: “tu és Simão filho de João, como quem quer dizer: Eu te conheço, conheço a história, tuas lágrimas, tuas dores, teus sofrimentos, teus anseios, teus desejos, tua família; teus limites, teus pecados. Sei quem você é. Tu és Simão, que quer dizer pomba…”

E continua: “serás chamado Cefas – (que quer dizer Pedra, Rocha). Como quem diz: “eu vo mudar tua vida, tua história. Tu que és fraco eu te farei rocha.

Esse olhar muda a nossa história, muda nossa vida.

Mudou a minha vida! Olhou nos meus olhos, fez com que eu me apaixonasse por Ele. Um olhar que atingiu o mais profundo de minha alma. Um olhar que eu nunca vou esquecer. Um olhar que faz que consideremos tudo lixo, e a certeza de que só Ele nos basta. Um olhar que me fez deixar tudo: Trabalho, família (minha mãe sozinha, por ser filho único e ter os meus pais separados), casa, bens, um futuro promissor. Um olhar que me fez para de olhar para o meu próprio umbigo e perceber que muitas vidas precisavam do meu sim para serem salvas. Um olhar que me fez deixar tudo!

Deus olhou nos meus olhos e disse: Eu te quero! Deixa tudo, vem e segue-me. Deixa os seus sonhos, teus projetos, porque o que eu tenho para ti é muito maior.

Deixe Deus olhar nos teus olhos e falar ao teu coração.

E quem sabe perguntamos como Pedro: “Senhor, e nós que deixamos tudo o vamos receber? Respondeu-lhe Jesus: “Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho que não receba, já neste século, cem vezes mais…” (Mc 10, 29-30).

Não tenha medo de ser de Deus!

Não existe nada melhor do que ser de Deus na vocação que Ele nos deu.

Rezo para que esse mesmo olhar penetre em sua alma e te faça discípulo (a).

Com carinho e orações,

Ir. Kephas Filho das Santas Chagas, pjc

"Não quero saber de outra coisa, a não ser de Jesus Cristo e, Jesus Cristo crucificado" 1 Cor. 2,2

Certa vez, um padre disse algo para uma de nossas irmãs que me deixou bastante pensativo: “Enquanto os jovens correm atrás de vocês, nós corremos atrás dos jovens”. Por quê, perguntava eu, alguns jovens nos procuram e a outros, não.

Sei que não deve ser porque somos melhores, pois de fato não somos. Como costumo sempre dizer: somos um bando de pecadores, vivendo juntos, tentando um ajudar o outro a se converter.

Para mim, o segredo “dos jovens virem à nós” se dá pelo fato de lhes apresentarmos, sem rodeios, a Cruz de Cristo.

A Cruz, só a Cruz é que atrai as vocações. “Quando for elevado da terra, atrairei todos a mim” (JO 12,32).

Ela deve ser o motivo da entrada do jovem na vida consagrada e da sua permanência.

A falta de Cruz na vida consagrada é o motivo da sua decadência. Isso talvez explique a escassez de vocações em determinados grupos.

Qual jovem, que chamado a viver a radicalidade do Evangelho, entraria numa comunidade onde o mais importante é a televisão, os drinks, os inúmeros passeios, etc?

Que jovem não perceberia que tal comunidade é orientada pela lei das facilidades? E desde quando a lei do mais fácil e do menor esforço pode atrair e manter alguém na vida consagrada? E se, por acaso, tal estilo de vida vier a entusiasmar algum jovem, é melhor que nem entre.

Poucos são os jovens dispostos a deixar o “mundo” e encontrá-lo novamente na vida consagrada.

Sei que tal discurso incomoda, sobretudo àqueles para quem a vida consagrada tornou-se sinônimo de comodismo e vida burguesa.

A desculpa que muitas vezes encontram para justificar a escassez de suas vocações são expressas nos seguintes chavões: “Os jovens gostam de modismo, por isso entram nessas comunidadezinhas de vida”; “Eles fazem lavagem cerebral nos jovens”; “São um bando de alienados”; “Eles atraem porque os jovens gostam de oba-oba”. Desculpas como essas, carregadas de preconceitos, já não são suficientes para fazer entender o fenômeno da falta de vocações.

A dificuldade em aceitar que a escassez de vocações está associada à ausência da Cruz, se encontra justamente no fato de que isso exigirá conversão e nem todos estão dispostos a mudar, nem tampouco renunciar certos privilégios e comportamentos.

O que chama a atenção dos jovens, é o encontro com almas consagradas não secularizadas nem em seu pensar, nem em seu proceder, nem em seu vestir.

A melhor propaganda vocacional, continuo insistindo, é viver de acordo com a vocação para o qual fomos chamados (Ef 4,1). Não se atrai jovens com propaganda publicitária; folders, dingles e anúncios em revistas. Atrai-se com testemunho. A vida consagrada é chamada a atrair os homens para Deus. Será que pode haver algo mais fascinante que isso?

A vida consagrada deve gerar filhos para o Reino e se não o faz, é como a árvore estéril do Evangelho, só serve para ser cortada e jogada ao fogo (Mt. 3,10).

A vida gera a vida, como disse o nosso Papa João Paulo II na abertura do Congresso Internacional das Vocações em 1981. Mas, como gerar filhos para o carisma, se muitas comunidades tornaram-se reduto de gente deprimida, pessimista e avinagrada?

O jovem fugirá de tal ambiente. Já dizia São Vicente de Paulo: “Agarra-se muito mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de vinagre”.

O jovem que nos procura deve estar ciente que não estará vindo para um piquenique e, sim, para uma vida de renúncias, para uma árdua e difícil missão, para uma austera pobreza, vivida num clima de perfeita alegria.

Só há seguimento quando há renúncia e Cruz. Não é correto que o Amado esteja crucificado e o amante esteja de “bunda para cima”,”jogado no sofá” em frente a uma televisão. Se o jovem foge da Cruz, rapidamente se instalará no “bem-bom”.

Como dizia São Luís Maria Grignon de Monfort: “Nem Jesus sem a Cruz, nem a Cruz sem Jesus”.

Jovem! Tenha a ousadia e a coragem de dizer: “Não quero saber de outra coisa a não ser de Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado” (1 Cor 2,2).

Pe. Gilson Sobreiro
Fundador da Fraternidade O Caminho

Vocação

São muitos os jovens que, quando se sentem chamados para uma vida consagrada, têm como primeira atitude rejeitá-la, dizendo: "Isto não é coisa para mim".

É como se essa vocação fosse a pior coisa do mundo e por isso mesmo jamais poderia ser aceita. Outras atitudes frequentes são: da vergonha: "O que não vão pensar de mim?"; da insegurança: "Que vai ser da minha vida agora?"; da dúvida: "Será que não é coisa da minha cabeça? E se não for nada disso que Deus quer de mim?"; do medo de deixar tudo!

Deveria ser totalmente o contrário. Em vez do medo, da rejeição, da insegurança, da vergonha, o sentimento em nós deveria ser o da alegria de sermos escolhidos e, como Maria, cantar: "A minha alma engrandece ao Senhor e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador." (Lc. 1, 46-47)

Porque mesmo olhando para nossas misérias, nossas imperfeições, para o nosso passado, Ele nos diz: "Nada temas: eu te resgato; eu te chamo pelo nome. Tu és meu; és precioso aos meus olhos. Eu te aprecio e te amo!" (Is. 43, 1-4).

Meu! Diante de uma declaração desta de amor, você tem que fazer festa, pular, gritar para todos ouvirem: "Ele me escolheu..."

Santa Clara sempre soube do valor de tão sublime vocação. "A nossa vocação é o maior de todos os benefícios que recebemos e diariamente continuamos a receber de nosso benfeitor, o Pai das misericórdias, pelos quais devemos render infinitas graças; e quanto mais perfeita ela é, tanto mais dEle nos tornamos devedores" (TCL 2)

Nunca duvidemos disso: Nossa vocação é o maior dos dons!

Portanto, devemos cuidá-la com todas as nossas forças. Assim nos recomenda Santa Clara:
"Mantém-te firme no que já alcançastes;
se constante no que fazes;
não desanimes no caminho,
corre veloz, com passo leve e sem tropeçar;
que nem a teus pés o pó se apegue;
avança alegres, segura e jovial,
no caminho da felicidade,
não acredite, nem confies em quem te tentar desviar deste propósito;
ultrapassa todo o obstáculo do caminho,
e sê fiel ao altíssimo estado de perfeição
a que te chamou o Espírito Santo" (2CCL).



Pe. Gilson Sobreiro
Fundador da Fraternidade O Caminho


sábado, 17 de março de 2012

Vida Consagrada

“Fraternitas Pauperes Iesus Christi” – Fraternidade dos Pobres de Jesus Cristo”

Toda consagração religiosa tem sua origem numa história de amor e entrega entre Deus e o homem.

A iniciativa é d’Ele. É Ele quem chama e escolhe “Não foram vocês que me escolheram, mas fui Eu que vos escolhi e vos destinei para ir e dar fruto e para que o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16).

Nossa resposta livre e ansiosa a esse convite configura nossa vida a d’Ele, tornando-nos assim um alter Christis – outro Cristo.

Com Ele e por Ele nós nos tornamos pobres, castos e obedientes, vivendo em comunidade e numa total doação aos pobres nos seus múltiplos rostos: irmãos e irmãs em situação de rua, de prostituição, de drogadição, de prisão, de degradação humana…

Essa total doação tem para nós um valor sagrado, por isso é que professamos também um quarto voto que é de “total disponibilidade aos pobres”.

Nosso dia-a-dia divide-se em momentos de oração, Adoração, reparação, Santa Missa, meditação do Santo Rosário, trabalhos manuais e domésticos, serviço aos pobres, formação…

O jovem que deseja abraçar nossa vida passa por um processo de acompanhamento que vai de seis meses a um ano. Depois disso ele é admitido como vocacionado interno e as outras etapas que sucedem: aspirantado, postulantado e noviciado. Ao final dessa última etapa que tem duração de dois anos, professa publicamente os Conselhos Evangélicos.

O Reconhecimento da Igreja

A Fraternidade O Caminho é reconhecida como Associação Privada de Fiéis em 31.07.2011.

“Considerando o serviço evangélico já prestado pela “Fraternidade dos Pobres de Jesus Cristo”, sob a ação e impulso do Espírito Santo, com a fidelidade dos seus membros à doutrina da Igreja Católica, Apostólica, Romana (…). Considerando o carisma próprio desta Associação de “cuidar do Cristo pobre que está presente em todos os pobres de rua, nos marginalizados, nos doentes, nos excluídos, nos discriminados, nos presos, nos que se encontram em situação de prostituição e drogadição, enfim em todos aqueles que são desvalidos e banidos dos bens essenciais a vida e desprezados do mundo”(…) Reconhecemos, a Associação Privada de fiéis” Pobres de Jesus Cristo."

Após 09 anos de serviço aos pobres, sendo pobre e com os pobres, foram essas as palavras pronunciadas pelo Chanceler do Bispado de Franca, Pe. Célio, para mais de duas mil pessoas presentes na celebração em que ocorreu o Reconhecimento da Fraternidade O Caminho como Associação Privada de Fiéis pela Igreja.

A missa foi celebrada por nosso bispo D. Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Franca, que conheceu a Fraternidade em 2004, através do trabalho realizado com a Pastoral Carcerária, na Região Belém, Arquidiocese de São Paulo e que nos assumiu como Comunidade Religiosa e Laical.

Nossa eterna gratidão à D. Pedro por ter acreditado na ação de Deus em nossa Obra, quando mal dava para ver que tipo de árvore seria: “Pelo fruto conhecereis a árvore…”

À Deus nosso Louvor e profunda Gratidão por ser tão Misericordioso e Bom para conosco. Suplicamos apenas que nos conceda cotidianamente a fortaleza e a fidelidade à Sua Vontade e ao nosso Carisma! Amém!!!

O Nome e o Carisma...

O Nome

A criança que já estava sendo gerada no Ventre da Mãe Igreja, precisava agora de um nome. Rogava-se constantemente a Deus, pedindo que fosse Ele a dar o nome àquilo que Ele estava criando. Em um momento de profunda oração e intimidade com o Altíssimo, veio o texto bíblico ao Fundador: “Saulo, respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. Foi pedir-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de poder trazer para Jerusalém, presos, os que lá encontrassem pertencendo ao Caminho, quer homens, quer mulheres”. (Atos 9, 1-2).

Era isso! O que todos queriam ser! Homens e mulheres do Caminho, como eram conhecidos os primeiros seguidores do Mestre. Foi somente em Antioquia que os discípulos, pela primeira vez, receberam o nome de cristãos (cf. Atos 11,26). Daí emergiu com toda vitalidade, com toda a potência, uma espiritualidade da itinerância, dos peregrinos rumo à Pátria definitiva, dos “andarilhos do Reino”.


O Carisma

1. Jesus todo, todo de Jesus. Esta é a frase que abrange e resume todo o Carisma dos Pobres de Jesus Cristo. Há em nós uma profunda vontade e até quem sabe uma ousada pretensão, de querer Jesus por inteiro e de ser d’Ele também por inteiro. O Evangelho vivido "sine glossa" nos oferece o caminho seguro pelo qual podemos encarnar toda a Sua vida na nossa própria vida.

2. Somos atraídos por Jesus que se despojando de toda a sua condição divina se tornou pobre, servo, humilde; dom sem reservas e sacrifício por toda a humanidade (2 Fil 1-14). Queremos o Verbo Humanado pobre em Belém, anônimo em Nazaré, peregrino nas estradas, abandonado no Gólgota, ressuscitado pelo Pai e glorificado junto a Ele; Queremos Jesus que anuncia que o Reino já chegou e que está no meio de nós, mas que também se retira no silêncio para orar e interceder pelos homens junto ao Pai; Jesus que tem vida em abundância para dar, mas que também oferece o estreito caminho da Cruz.

Como tudo começou...

A Fraternidade Missionária O Caminho, teve seu inicio quando padre Gilson juntamente com Sônia das Chagas (que mais tarde se chamaria Ir. Serva das Chagas Ocultas – co-fundadora), Márcia Oliveira Maia Prates e mais alguns jovens, sentiram-se desafiados diante de toda a problemática que os jovens da Zona Sul de São Paulo estavam envolvidos: uso ativo de drogas, tráfico, crimes, violência, prostituição entre outros.

Mas, o que fazer diante daquela gritante realidade?

Decidiram alugar uma casa para começar a acolher os jovens que se encontravam nesta situação e onde pudessem ter uma vida diferente daquela que estavam vivendo.

Não tinham dinheiro nem para o aluguel, não tinham nada, mas tinham uma única certeza: alguma coisa precisava ser feita.

Então, uma casa foi alugada na Rua Maracujá Natal,139 Vila Natal – Santo Amaro – SP.

Muitos jovens começaram a se somar a este grupo inicial, com o desejo de ajudar. Foi quando Padre Gilson percebeu que Deus queria muito mais que um grupo de amigos e voluntários.

Começou-se então uma experiência de vida comunitária marcada por momentos de oração, trabalho, amizade e missão…

Intuição é algo que começa dentro d’alma, e à medida que o tempo passa, vai se manifestando e tomando forma de maneira mais clara.

A Fraternidade nasceu assim, como uma intuição! No princípio era algo confuso, incerto, velado, intuitivo…
A única coisa que o Padre Gilson sabia era que o Bom Deus lhe havia tocado, suave, mas poderosamente, de um modo como jamais o fizera. Sentia o peito arder em chamas de divino amor, o coração acelerar e uma enorme vontade de mudar, de ser diferente. A isso, ele denominou de conversão!